Quando participamos de formações especializadas ou mesmo de cursos de capacitações internacionais, sempre somos submetidos aos termos de ética, ainda que em níveis gerenciais, tamanha é a importância da ética nas relações, sejam elas pessoais ou empresariais.
Sem querer ir tanto para o lado filosófico do que planejamos falar, é inevitável citar Aristóteles (384 a.C. — 322 a.C.), por exemplo, que disse que a ética é uma teoria da virtude, isso quer dizer que os princípios éticos estão determinados pelo caráter, ou melhor, pelo caráter virtuoso de uma pessoa, ou seja, que os seres humanos possuem uma essência, uma natureza e uma finalidade
A ética aristotélica é uma ética teleológica (busca um fim) e eudaimônica (o fim é identificado como felicidade). Para Aristóteles, a felicidade é o sumo bem, o objetivo último das ações humanas.
Para ele, a busca pela felicidade faz parte da natureza humana e essa felicidade só pode ser alcançada a partir da virtude, é como um alvo, portanto, que deve conduzir os seres humanos para o bem e as más ações só são praticadas por ignorância, porque vão contra a sua própria natureza.
Será então que, quando saímos em direção ao nosso alvo, colocamos a prova o que deveria ser nossa virtude intrínseca e isso seria a razão de alguns desvios de conduta ou de decisões, como se a busca pela felicidade, aqui no contexto empresarial, a qualquer custo?
Tudo isso para explicar um fato que tomamos conhecimento nesses dias, em que uma empresa prestadora de serviços de terceirização, ao receber a carta de rescisão de um Condomínio, deixou de lado o conceito de mercado, a ética, o respeito, a legislação de proteção de dados, e simplesmente saiu distribuindo comunicados criticando o “poder” da Síndica e Conselho, não aceitando a decisão.
Para ficar mais claro, a legislação de um Condomínio estabelece uma hierarquia legal e cita claramente em seu Artigo 1.348 do Código Civil, seguido pelas convenções, que cabe ao síndico o poder de delegar as funções administrativas às pessoas ou empresas de sua confiança e responsabilidade, logo, ainda mais quando tem o respaldo do Conselho, não se pode restringir a ética ao período de relacionamento de interesse.
Se não bastasse a questão do ponto de vista de liderança, essa empresa ainda desrespeitou a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), quando ultrapassou o fim pelo qual foi contratada, que era o de dar proteção e controlar o acesso aos moradores, o que significava protegê-los (protegê-los como pessoas, seus dados, seu ambiente, seu perímetro), respeitando o espaço, as informações, a sua pessoalidade física, uma vez que foram contratados pela jurídica (Condomínio).
E, quando falamos da LGPD, é importante destacar que a ANPD — Autoridade Nacional de Proteção de Dados, órgão do governo federal, publicou nos últimos dias a “dosimetria”, método que orienta a escolha da sanção mais apropriada para cada caso de violação. Isso significa que, casos pequenos de descumprimento à legislação poderão ser penalizados, logo, condomínios precisam se adequar, preservar os dados e cobrar o respeito dos prestadores.
Esse exemplo, que causou perplexidade de onde o “alvo” de crescimento e voracidade pode levar, serve de alerta aos gestores — síndicos e líderes — para que nem sempre custos menores e serviços e relacionamentos fora do contexto são indicativos de sucesso ou de boas relações, pois o interesse nunca pode sucumbir as relações profissionais, contratuais da prestação de serviço. A prestação de serviço precisa ser feita, com qualidade, é um desafio, mas devemos perseguir.
Não da para ter do lado pessoas e empresas boazinhas durante o prazo contratual, é como se tivéssemos uma ética por tempo determinado. Isso não existe!
Temos consciência do desafio de prestar serviços numa área onde as relações humanas são submetidas diariamente a desafios de tratamento, de satisfação individual, sujeitas as interpretações e interferências políticas, dentre tantas outras variáveis.
Embora a tecnologia seja uma grande aliada no monitoramento e segurança, ela depende muito da presença de pessoas, seja no local onde o cliente está, seja nas centrais de comando, como serviços de portaria remota ou pronta resposta, onde o controle e providências é conduzido a distância.
Quando temos uma dependência de pessoas, precisamos acreditar nos efeitos do poder de transformação, de que o investimento em treinamentos e a criação de um ambiente confiável e saudável contribuirá na capacitação contínua dos Colaboradores.
Ainda falando da nossa área, constantemente destacamos para toda nossa equipe a importância do nosso pessoal de frente, controladores de acesso, seguranças, auxiliares de limpeza, pessoal de monitoramento, dentre tantos outros. É através deles que vamos à luta todos os dias para encantar nossos Clientes, essa é a estratégia para manter nossos contratos.
Já o respeito as hierarquias, as leis e às pessoas que confiam ou confiaram em nós os serviços e contratos, a receita é a ética, o respeito e isso não tem fim.
Nós aqui da Alpha Secure temos um alvo, queremos sempre crescer, conquistar clientes, acreditando que as relações saudáveis vão muito além dos prazos contratuais, mas vamos realizar isso preservando nossa ética, aprimorando nossas virtudes, acreditando em pessoas, aprimorando nossos processos, conduzindo-nos para o bem, ficando longe das más ações.
Grupo Alpha Secure.